Terapia do Esquema

O objetivo da terapia do esquema é ajudar o indivíduo a reconhecer seu comportamento, entender a(s) causa(s) subjacente(s) e mudar seus pensamentos e comportamentos para que ele seja mais capaz de lidar com desafios de relacionamento ou emoções de maneiras saudáveis ​​e produtivas. 

A terapia de esquema combina elementos de:

• Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
• Terapia do apego
• Psicanálise
• Gestalt terapia
• Abordagens relacionadas

A Terapia do Esquema é projetada para abordar necessidades não atendidas e ajudar os clientes a quebrar esses padrões de pensamento, sentimento e comportamento, que geralmente são tenazes, e desenvolver alternativas mais saudáveis ​​para substituí-los. A Terapia Focada no Esquema tem mostrado resultados notáveis ​​em ajudar as pessoas a mudar padrões com os quais viveram por muito tempo, mesmo quando outros métodos e esforços que tentaram antes não tiveram sucesso.

Existem muitos esquemas diferentes, mas a maioria deles se enquadra em um dos cinco domínios:

• Desconexão e rejeição: Acreditar que não se pode confiar nos outros para apoio emocional, por exemplo, ou acreditar que se está isolado de outras pessoas na sociedade.
• Autonomia e desempenho prejudicados: Acreditar que se está fadado ao fracasso, por exemplo, ou acreditar que não se pode lidar sozinho com as responsabilidades da vida diária.
• Limites prejudicados: Acreditar que se é superior e tem direito a tratamento especial.
• Direcionamento para o outro: Acreditar que as necessidades dos outros devem sempre ter precedência sobre as próprias necessidades ou que sempre se deve entregar o controle aos outros na maioria ou em todas as situações.
• Supervigilância e inibição: Acreditar que expressar emoções levará a consequências negativas, por exemplo, ou acreditar que os aspectos negativos da vida sempre superam os aspectos positivos.

Estilos de enfrentamento prejudiciais que se acredita surgirem em resposta a esses esquemas incluem:

• Resignação: Uma pessoa com esse estilo de enfrentamento cederá ao esquema ou o aceitará como fato e pode se comportar de maneiras autodestrutivas como resultado. Alguém com um esquema dizendo que merece ser maltratado, por exemplo, pode tolerar abusos ou não reclamar quando tratado injustamente.
• Evitação: Uma pessoa com esse estilo de enfrentamento faz de tudo para evitar desencadear o esquema. Para fazer isso, ela pode se envolver em comportamentos de distração, como uso de substâncias, ou pode evitar entrar em relacionamentos ou situações que possam desencadear o esquema. Ela pode, como resultado, ter dificuldade para se aproximar de outras pessoas ou experimentar crescimento pessoal.
• Hipercompensação: Uma pessoa com esse estilo de enfrentamento tentará “lutar” contra o esquema se comportando deliberadamente de maneiras que são contrárias a ele. Embora questionar deliberadamente um esquema possa ser saudável ou até mesmo parte do processo terapêutico, o estilo de enfrentamento de supercompensação geralmente leva a resultados negativos. Por exemplo, uma pessoa tentando supercompensar um esquema que lhe diz que ela não vale nada pode tentar, em vez disso, ser ultra bem-sucedida, o que pode levar ao esgotamento, à insatisfação ou a relacionamentos tensos. 

Os estilos de enfrentamento podem mudar ao longo do tempo, mesmo que o esquema subjacente tenda a permanecer o mesmo. Também é possível que alguém exiba mais de um estilo de enfrentamento em resposta ao mesmo esquema.

Uma vez que os esquemas e estilos de enfrentamento tenham sido identificados, o terapeuta provavelmente usará uma série de técnicas para mudar os próprios esquemas e/ou substituir estilos de enfrentamento prejudiciais por comportamentos adaptativos. Isso é feito por meio de uma série de técnicas cognitivas, emocionais e comportamentais. As abordagens cognitivas, por exemplo, podem pedir ao cliente que procure evidências a favor e contra o esquema e desafie diretamente sua veracidade. As técnicas comportamentais podem incluir a dramatização de situações comuns que desencadeiam o esquema, atuando uma resposta adaptativa em vez de recorrer ao estilo de enfrentamento mal adaptativo.

Os clientes da terapia de esquema podem ser solicitados a fazer o dever de casa entre as sessões. Isso pode incluir a revisão de flashcards que desafiam os esquemas ou manter um registro das experiências que os desencadeiam (geralmente chamado de "diário do esquema"), que pode ser revisado na sessão para ajudar os clientes a rastrear seu progresso e identificar situações que exigem diferentes respostas comportamentais. Em alguns casos, parceiros, familiares ou pessoas próximas podem ser convidados a participar de uma sessão de terapia de esquema para ajudar o cliente a entender melhor como seus esquemas estão impactando seus relacionamentos.

Relação terapêutica

A terapia de esquema depende de um forte relacionamento terapêutico no qual o cliente se sente confortável e emocionalmente seguro. A terapia de esquema enfatiza o confronto empático, no qual o terapeuta responde aos esquemas e comportamentos do cliente, não importa quão mal-adaptativos, com empatia e compreensão, enquanto encoraja o cliente a ver a necessidade de mudança e oferece as ferramentas para fazê-lo.

Os terapeutas de esquema também se envolvem no que é chamado de "reparentalidade limitada", no qual tentam atender a algumas das necessidades emocionais do cliente que não foram atendidas na infância. Um cliente que raramente recebeu apoio emocional de seus cuidadores, por exemplo, pode se beneficiar de um terapeuta que oferece compaixão incondicional e validação, enquanto um cliente que sofreu negligência ou abandono pode se beneficiar de um terapeuta que oferece consistência e estabilidade. Embora a frase "reparentalidade" sugira que um terapeuta assumirá um papel parental, um bom terapeuta de esquema garantirá que esteja fazendo isso de uma forma "limitada" — isto é, eticamente e respeitando limites específicos.