Dependência química

Quando se houve falar no tratamento da dependência química, frequentemente nos vem à mente um tratamento institucional (internação). Mas é essencial saber que nem todos aqueles que usam substâncias precisam de uma internação, este deve ser o ultimo recurso, após outras tentativas terem se esgotado.

Diferente de uma internação, que priva completamente a pessoa da substância e a coloca em abstinência, em um tratamento ambulatorial (sessões de psicoterapia), é necessário usar assertivamente o próprio estágio de motivação do paciente. Esta abordagem proporciona um  desenvolvimento mais consciente e duradouro, pois faz com que o querer, a decisão e a mudança ocorram de dentro pra fora, partindo da própria pessoa.

Ao partir do entendimento que as substâncias, lícitas ou ilícitas, sempre estarão disponíveis ao nosso alcance, e que em um tratamento ambulatorial, o paciente ainda terá esse acesso. Com uma abordagem compassiva e acolhedora, cabe à terapia, promover a conscientização sobre o problema e prejuízos e desenvolver habilidades para administrar pensamentos e comportamentos disfuncionais.

Pré-Contemplação - Resistência a mudança, pois não entende os seus comportamentos e atitudes como sendo um problema relevante.

Contemplação - Começa a tomar consciência de que tem problemas com o consumo de drogas, entretanto, ele não se mobiliza na mudança de comportamento e atitude.

Preparação - Começa a despertar e ver de modo mais claro seus problemas e prejuízos causados pelo uso de drogas e como a aceitação e mudança de comportamento podem fazer ele sair dessa situação.

Ação - No estágio da ação a pessoa começa a pôr em prática de fato as mudanças em seus comportamentos e atitudes considerados problemas.

Manutenção - Este estágio é o que possui maiores desafios, pois a manutenção possibilita conferir se os comportamentos e ações da fase anterior de fato levaram o indivíduo ao processo de mudança.

Situação estímulo: estímulos internos ( ansiedade, depressão, frustração, solidão) e estímulos externos (conflitos interpessoais, convite, situações que lembrem o uso).

Crenças ativadas sobre o uso de drogas: antecipatórias (envolvem previsões de gratificação, prazer) de alívio (expectativa de que a droga aliviará algum desconforto fumar relaxa); facilitadoras (cognições de permissão, minimização de consequências).

Pensamento automático: Os pensamentos automáticos são pensamentos, ideias ou imagens que coexistem com o fluxo mais manifesto do pensamento

Craving: O desejo muito intenso de utilizar a droga e as sensações fisiológicas concomitantes constituem o conjunto que os pacientes costumam identificar como Fissura.

Crenças permissivas ativadas: Quando abstinentes são capazes de reconhecer as consequências prejudiciais do uso da droga e a necessidade de evitá-la. Com a intensificação do craving, são ativadas crenças de que não há razões fortes o

suficiente para não usar ou de que há razões que justificam o uso, apesar das consequências.

A dependência química é um problema complexo que afeta não apenas o indivíduo, mas também sua família e círculo social. O sistema familiar, na maioria dos casos, funciona como um fator facilitador e mantenedor. O envolvimento da família no processo terapêutico pode ser essencial para a recuperação bem-sucedida do paciente. Como a família pode participar:

1. Suporte Emocional: A família pode fornecer um suporte emocional vital para o paciente durante a terapia. Esse suporte pode ajudar o paciente a se sentir menos isolado e mais motivado para seguir com o tratamento.
2. Entendimento e Empatia: A participação da família permite que seus membros compreendam melhor a natureza da dependência química e as dificuldades enfrentadas pelo paciente. Isso pode promover uma maior empatia e menos julgamentos, criando um ambiente mais acolhedor para a recuperação.
3. Mudança de Dinâmicas Familiares: Muitas vezes, as dinâmicas familiares podem contribuir para a perpetuação da dependência. A participação da família pode ajudar a identificar e modificar padrões de comportamento que podem estar sustentando o problema.
4. Colaboração com o terapeuta: Colaborar com o terapeuta pode garantir que todos estejam na mesma página em relação aos objetivos do tratamento. Isso pode incluir discussões sobre o progresso do paciente, desafios enfrentados e estratégias para enfrentar possíveis recaídas.

1.  Avaliação Abrangente: No início do tratamento, realizaremos uma avaliação detalhada para compreender seu histórico, os padrões de comportamento e as crenças que sustentam a dependência. Isso nos ajuda a criar um plano de tratamento personalizado que atenda às suas necessidades específicas.
2. Identificação de Padrões de Pensamento e Comportamento: A TCC ajuda a identificar e desafiar os pensamentos automáticos e as crenças que contribuem para o comportamento aditivo. Vamos trabalhar juntos para substituir essas ideias disfuncionais por pensamentos mais realistas e saudáveis.
3. Desenvolvimento de Habilidades de Enfrentamento: A terapia irá equipá-lo com habilidades práticas para lidar com o desejo de usar substâncias e enfrentar os gatilhos que podem levar a recaídas. Essas habilidades são fundamentais para fortalecer sua capacidade de manter a sobriedade.
4. Mudança Comportamental: Vamos focar em modificar comportamentos prejudiciais e promover hábitos saudáveis. A TCC usa técnicas como o reforço positivo e a exposição gradual para ajudar você a fazer mudanças sustentáveis em seu estilo de vida.
5. Suporte e Monitoramento: Durante todo o processo, você receberá apoio contínuo e monitoramento para garantir que o tratamento esteja funcionando como esperado e para ajustar o plano conforme necessário.